quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Nota de rodapé #1 - "Tentado a comprar um tablet para o seu filho?"

Num blogue a pensar em pais e educadores não podem deixar de caber algumas "notas de rodapé", a propósito ou à margem da matemática. Esta primeira nota vem a propósito do artigo "Tentado a comprar um tablet para o seu filho?", na edição online do Público.

Todos quantos conhecem a minha paixão por tudo quanto é bugiganga eletrónica se espantam de eu não ter um tablet. De facto, em 2010 saltei de alegria ao ter inesperadamente nas minhas mãos um iPad quase um mês antes do seu lançamento no mercado - e, não muito depois, a minha opinião estava formada: um iPad um gadget muito fixe, tentador q.b. (nunca resisto a espreitá-lo nas lojas), mas para mim é um iPhone grande, com três desvantagens:
 - não é telefone, como o meu iPhone,
 - não é um computador, como o meu notebook, 
 - o écran faz reflexo e é muitíssimo mais pesado do que o meu leitor de livros eletrónico.

Dois anos e meio e várias versões de iPad depois, a minha opinião mantém-se e, como nunca gastaria dinheiro num tablet para qualquer filho ou neto, fui ler o artigo do Público, assumindo que o "filho" em causa no título seria, no mínimo, um adolescente. Mas não: aborda-se o uso de tablets por crianças pequenas, muito pequenas mesmo. Pelos vistos, debate-se o uso de iPads por bébés e fiquei a saber que "para tornar as coisas mais fáceis para pais, filhos e para o próprio iPad, há muitos protectores de iPad e iPod, capazes de os protegerem de baba e dentadas". A sério...?!

O artigo sugere o visionamento do vídeo A Magazine Is an iPad That Does Not Work. Na apresentação do vídeo lê-se"The video shows how magazines are now useless and impossible to understand, for digital natives" (o vídeo mostra como as revistas são atualmente inúteis e incompreensíveis para os nascidos na era digital).


Sintetizam os pais da bébé:


Ou, em bom português: "Para a minha filha de um ano, uma revista é um iPad que não funciona. Vai ser assim toda a sua vida. O Steve Jobs codificou uma parte do seu sistema operativo". 

Coitado do Steve Jobs, não duvido que estimulou a criação de necessidades dispensáveis numa sociedade consumista, mas... Li o artigo até ao fim, reli a pensar que "pois, isto é a tradução de um artigo do Washington Post, para os americanos faz todo o sentido debater estas questões, gostam disto que se fartam",  mas... lá ou cá, não me sai de cabeça uma pergunta: e o bom senso, senhores, porque lhe dar tanta dor, porque padece assim?!

Sem comentários:

Enviar um comentário